Tenho na verdade o corpo dócil, dizes
mas tão agreste, veloz que quebras
voraz que transformas a arte
em gesto ou carne e dizes mais
que esperas, esperas os sinais da minha existência
com pouca paciência para o que eu
tenho morrido por aí, o que gosto ou o que me é
mais fácil, tu beijas o outro lado
colhes entre os dedos essa água
viva de absurdos reflexos
um céu que passa e forma a partir
da sua imensa fome um mundo e outro
além, numa alegria de improviso,
num modo incansável de se dizer, como dizes tu,
como faz há muito o mar, teu primeiro
e último animal de estimação
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