Estas coisas um tanto impetuosas desabridas firmes com mil fúrias e rudes achados berlaitadas espirituosas estas outras mãos de que antes se puxava os que não faziam apenas a fineza de se considerar poetas e andar por aí a exigir atenções massinhas sem mais nada mas irem assim mesmo muito de manso ao domicílio eles que nunca têm hoje chatices raivas nem se indispõem com nada não torcem o idioma em razão de desagravo não o expõem como arma branca faca nos dentes em sinal de ameaça nem por nada que nos valha a todos ou a alguns só e não sempre aos tão poucos aos mesmos uns por dentro dos outros e logo florindo às cavalitas pedindo bolsas indo ao estrangeiro festivais em comboiinho andarem para cá para lá com despesas pagas e a embalar províncias no país onde o que o poema mais ensina é a dormir sempre para o mesmo lado e dizem-se das palavras mas só vêem força nos números e nisto lá espreitamos os versos assobios de lábio no gargalo arrotitos e coplas muito particulares achados rítmicos piruetas gracinhas tudo muito ao gosto refogado o pão seco de outros séculos em açorda o dobrar dos sinos a procissão sem fim e as tantas vénias sempre com a caderneta as quotas em dia o servicinho público de joelhos muito ao agrado da junta de freguesia porque sim porque sim porque não se discute a tremenda função e a estarrecedora necessidade da poesia contando que dê para umas folias e patuscadas umas bezerrices umas estroinadas e virem por aí fingir-se prestígios aclamações generalizadas balindo o verso mastigado com tal elegância rimas internas assonâncias meneios de hortênsias infinitas genuflexões até porque o que importa mais é verter de um nada em outro nada sem provocar ondas dobrar-se não incomodar ninguém e certamente pois claro venha de lá o estipêndio a bufunfa o pilim ou a esmola para este lindo coro de estarolas
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