Vivo de vida perdida
Amália
Neste bar, há tanto tempo
– sorrio, ao passar na rua.
Mais à frente, sob o vidro
de ataúde de outra montra,
absorve réstea de sol
esse livro com versos
que por amor padeci.
Pouco distante da fonte
de ninguém na praça ao fundo,
pressinto um outro jardim:
assim murmúrio na brisa
– de todo o prazer defunto.
- José António Almeida
in Arco da Porta do Mar, & etc
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