Aqui há dias, estando com uma coceira que não sei nem onde começava, saltei uma cerca, e acabei num jardim discreto, por azar vizinho do matagal homicida que eu deixo crescer no meu lote, e foi lá, encantado com um pouco de sol, refastelado numa cadeirinha de lona, a comer moscas inexistentes, depois de analisar um cadáver de guaxinim que também lá não estava, que armei em Holmes mas dei uma de Watson. Isto é o meu modo, algo trapalhão, e um nadinha sonso, de dizer que errei. Está aí, mais abaixo, um post sob o título "Ácido e peçonha" que não passa de um desatino. Ou por outra, levantei um frasquito de perfume por uma janela aberta, essência da boa, e em vez de uma ou (já abusando) duas pulverizações sobre os cabelos que não tenho, enfrasquei-me, chuchei o álcool dos dedinhos, e pus-me a brigar com uma alucinação. Devo, por isso, um pedido de desculpas à autora do blogue que, por pudor, já não incomodo com nova ligação (podiam sempre ir daqui lá mais alguns dos gandulos de que eu faço [faço?] criação, ir lá tocar-lhe, desalmadamente, à campainha)... Chega dizer que é, bem vistas as coisas, alguém que me merece consideração, e que não esperava que lhe pisasse e descompusesse a sombra... No meu embalo, fui soluçando broncamente a sua fragrância, traduzindo em cantiga de bêbado uma marcha de recolher. Aqui está, assinado e a aguardar as testemunhas, a confissão de mais outra leitura abusiva (sim, também eu, bruto... às vezes só brutamontes).
quinta-feira, fevereiro 07, 2019
Bebedeiras de perfume
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