abrigo-me na penumbra de um detalhe que estremece, hesitante, prestes a desaparecer. Na aparição surda em que as mãos se recolhem, sem ministério que as reduza a uma função, no limite imperceptível que revela e dissimula o que é próprio do homem, o linho da memória, rarefeito pela usura, deixa que a cinza se peneire e a pele do tempo se cole ao céu da boca, céu sem estrelas que espera a resonância de uma voz para que se aclare.
2 comentários:
abrigo-me na penumbra de um detalhe que estremece,
hesitante, prestes a desaparecer. Na aparição surda
em que as mãos se recolhem, sem ministério que as reduza a uma função,
no limite imperceptível que revela e dissimula o que é próprio do homem,
o linho da memória, rarefeito pela usura, deixa que a cinza se peneire
e a pele do tempo se cole ao céu da boca, céu sem estrelas
que espera a resonância de uma voz para que se aclare.
*ressonância
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