Teu dia colossal roça os talismãs
na manhã escurenta do varjão.
E é do fundo de todas as auroras
que vens, perpétuo e antecedente,
com o teu perfil entre palmeiras
rajado de alvoradas.
Matinal e rupestre, no teu berço
embalas o passado caeté.
Ontem, hoje, amanhã, agora, quando...
Tudo é draga no tempo e funde-se no grito
da criança que brinca no mormaço
debaixo da árvore de mel.
O menino herda o mundo quando nasce
– os diamantes da vida e os foguetes da morte.
Sesmarias doadas por um rei
te esperam. São léguas de cajueiros, céus ainda inocentes,
ó soldado do povo, ó capitão.
- Lêdo Ivo
in Poesia Completa, Braskem
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