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Que são os domingos, tristes manchasde sol sobre as coisas? Serão luares
amarelando ruas inventadas?
Durante os domingos partem comboios
para outras vidas? Ainda silvam as altas
locomotivas ao cruzar os sonhos?
Os domingos. Qualquer domingo. Uma viagem.
Que mais. Nem sequer o contemplam
as estatísticas. Dirão: turistas.
Terão mentido. A quem importará.
Um domingo, um caderno, uns versos.
Nunca, nada e ninguém dá no mesmo.
Porque o tempo, que morreu em nossos braços,
assinalará apenas domingos, mortos
domingos de luar, manchas, sóis.
- José Ángel Cilleruelo
in Maleza, Huacanamo
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