quarta-feira, dezembro 08, 2010

Olivais (ou um simples cipreste)
para o Manuel de Freitas
Pois é, meu amigo.
É tão certo perdermos os laços
Na escadaria que chega à casa mortuária.

Essa terra e o teu pai não são, afinal, a estrada em cotovelo
Por onde passo distraído, com os ciganos em motivos ambulantes.

Nesse dia, parei.
É preciso andar muito para chegar a um sítio desses;
Sobe-se a escada de pedra
E chegamos
A esse lugar na infância onde não havia morte.

Faz frio
E o azevinho pica por todas as evidências.
Meto a marcha na segunda.
O carro passa pela fonte das colunas e pela curva mais temida.

Foi um jogo de bilhar, que aconteceu há muito tempo.

Vou fazer uma fogueira, para tornar mais quente este Natal.

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