Na escola primária em Collegelands,
Tinha de se responder «Anseo»
E levantar a mão,
À medida que o nosso nome surgia.
Sendo que, aqui, «Anseo» significava, «aqui e agora,
Todos presentes, correctos».
Foi a primeira palavra que disse em irlandês.
O último nome no beiral
Cabia a Joseph Mary Plunkett Ward
E era seguido, o mais das vezes,
De silêncio, olhares de reconhecimento,
Um aceno, um piscar de olhos, a facécia do professor:
«E onde está o nosso jovem protegido?»
Lembro-me da primeira vez que ele voltou,
O professor tinha-o mandado para a rua,
Junto às sebes,
Pesar ele próprio e cortar
Um pau para ser açoitado.
Passado um bocado, tudo calado,
Chegava ele, como se nada fosse,
Com um varapau de freixo, de salgueiro.
Ou, por fim, o ramo de aveleira,
Que ele tinha lascado até formar uma chibata,
Com torcidos lacados, vermelho e amarelo,
Liso e polido,
E por todo tão delicadamente trabalhado
Que nele gravara as iniciais.
A última vez que encontrei Joseph Mary Plunkett Ward
Foi num bar, na fronteira irlandesa.
Vivia ao largo,
Num acampamento secreto
Do outro lado da montanha.
Lutava pela Irlanda,
Estava em acção.
E contou-me, Joe Ward,
Como tinha subido nas fileiras
Até oficial de manutenção, comandante,
E que todas as manhãs, na parada,
Os seus voluntários respondiam «Anseo»
E erguiam as mãos,
À medida que os seus nomes ocorriam.
- Paul Muldoon
(tradução de Hugo Pinto Santos)
in Why Brownlee Left, 1980
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