–Lou Reed–
O teu pai anda a meter coca, a tua mãe
não te deixa quieto, logo agora que por fim tinhas
decidido descartar outros vícios que não
o tão condenado tabaco e o café.
Chegas a casa, acendes a T.V.
Transplantes de fígado, o que comemos,
tensão no Paquistão.
As enfermidades do recto.
Tens que o levar com moderação.
Morreu-te um amigo de infância
de algo que nem sequer sabes pronunciar.
O carro avariou-se-te
a meio de um engarrafamento. A semana passada
levaram o telefone, na que vem vão cortar
a luz.
Não podes pagar a renda, trabalhas
para um imbecil, e a tua mulher diz-te que
se calhar vai sendo hora de terem um filho.
Talvez dois.
Mas tu sabes, velho, que te amo.
São cinquenta paus.
Liga-me.
não te deixa quieto, logo agora que por fim tinhas
decidido descartar outros vícios que não
o tão condenado tabaco e o café.
Chegas a casa, acendes a T.V.
Transplantes de fígado, o que comemos,
tensão no Paquistão.
As enfermidades do recto.
Tens que o levar com moderação.
Morreu-te um amigo de infância
de algo que nem sequer sabes pronunciar.
O carro avariou-se-te
a meio de um engarrafamento. A semana passada
levaram o telefone, na que vem vão cortar
a luz.
Não podes pagar a renda, trabalhas
para um imbecil, e a tua mulher diz-te que
se calhar vai sendo hora de terem um filho.
Talvez dois.
Mas tu sabes, velho, que te amo.
São cinquenta paus.
Liga-me.
- Roger Wolfe
in Días sin pan (antologia)
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