sábado, fevereiro 27, 2010

Uma orquestra que entrou pelo mar dentro

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O que pensa do futuro?
Não se pensa, chega já - Einstein


Passava uma nuvem escura pelas praias de Minamara, quando uma orquestra entrou pelo mar dentro. Uma menina olhava do topo de uma duna, o fim ou o início de toda a música. A música a tornar-se subaquática assim que as tubas e trompas desciam o nível do mar. A menina olhava como se já não houvesse orquestra. É preciso ver todos os ângulos diz-nos Ortega y Gasset – Assim a menina estava no continente oposto esperando que a orquestra saísse do fundo do mar. Eram cantigas populares de Oklahoma que a orquestra tocava. Só a múltipla perspectiva nos salva, só vermo-nos de cima nos salva, só nos salva ser todos os outros. As curvas de uma laranja quando a vemos de frente assegura-nos, sem precisar de ver os outros lados, que não estamos diante de um fruto cúbico. O mesmo se passa com o tempo e a sua previsão.

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