quinta-feira, janeiro 21, 2010

Ainda hoje a devoção me inflama
quando a vejo nos outros
repetida.
Nas piscinas urbanas, pias baptismais,
crianças aventuram os sentidos
até não terem pé e tocar Deus.
O sol sacode a crina, molhada ela também
pelas flautas do delírio,
pelas lágrimas dos homens.
Percorro este fragmento de água
e bebo a Natureza
que, segundo disse o guarda,
está devidamente limpa
e desinfectada.

- Armando Silva Carvalho
in O que foi passado a limpo, Assírio & Alvim

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