Os meus poemas não são, é claro, literalmente verdadeiros - os acontecimentos não aconteceram de facto, ou pelo menos o que acontece no poema não aconteceu do modo como eu digo que aconteceu. No entanto, tal como na maior parte da minha ficção, há um elemento autobiográfico nos poemas. Algo parecido com aquilo que neles acontece aconteceu comigo num certo momento, e a memória disso permanece em mim até encontrar a sua forma de expressão. Dito de outro modo, frequentemente o que vai sendo descrito no poema foi, a um certo nível, um reflexo do meu estado de espírito no momento em que estive a escrever. Julgo assim que, em larga medida, os poemas são mais pessoais do que as minhas histórias e, por essa razão, mais "reveladores".
(versão minha do 3º parágrafo do depoimento do poeta reproduzido em The generation of 2000 - contemporary american poets, selecção e organização de William Heyen, Ontario Review Press, Princeton, New Jersey, 1984, p. 24).
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