Para o Diogo
Pareceu-me ver-te ontem, a ajudar
um livro do Herberto a vir-se na tua boca,
mas era tão cedo, demasiado cedo para ti,
e afinal era apenas uma criança
vestida de verde e vencida pelo engano
de que os livros com cores garridas
contam estórias que vale a pena recordar.
Ter-te-ia convidado para um copo no
café daquela senhora a que desconhecemos
o nome, tão bem quanto ela desconhece o nosso.
O mais certo é os nomes não fazerem diferença
alguma, ainda por cima se, como os nossos,
não rimarem com algo digno de ser poesia.
Não me vem à cabeça nenhum nome que
rime com sexo – ou com morte – e isto
deve ter fodido os sonetos a muito bom poeta.
Será que é por isso que nunca imitas Petrarca?
Devias ter sido tu, porque estava mesmo
a pensar numa excelente frase para te dizer:
Meu amigo, não te preocupes, temos uma eternidade
para que se esqueçam de nós.
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