segunda-feira, janeiro 21, 2008

sê aquele que caminha sobre o mar.
Dá-nos a tempestade de amanhã.

Jean Malrieu


Cinco anos são meia década. É um facto que me faz entrar em pânico. Dando uma vista de olhos pelo passado, claro que há coisas importantes e marcantes mas parece que não há coisas enormes. Talvez algumas coisas foram gigantes na altura em que aconteceram mas agora, vistas de tão longe, diminui o seu fascínio. Há que manter a chama acesa.
Contudo, o passado não tem que ser analisado: é tempo que se consome em tristezas e, quanto a estas, o melhor a fazer é aproveitar o chão revestido de mágoas, saudades e nostalgias para fazer sapateado.
É agora que temos que construir as nossas torres até ao céu, com as nossas mãos. É altura de alimentar os nossos gigantes e dar-lhes liberdade para se passearem. Os nossos grandes feitos e até as nossas pequenas alegrias requerem ser partilhadas para que se sintam reais e falem por si. Que a vida ganhe vida! Se a morte é dor e ausência, uma vida dolorosa é a morte vivida, é traição.
Por isto, é preciso agitar as águas, juntar-lhe intensidade, emoções e gargalhadas. E trabalhar. Há quem tenha deixado este mundo e nada tenha ficado a marcar a sua presença, à excepção de uma sepultura. E ninguém quer ficar resumido a uma pedra...

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