pelo som asfaltado do vento vê
sabe-se lá de que periferias atravessam
pontes e aquedutos com o cabelo brilhante
caveiras de níquel gajas nuas coladas
aos esfarrapados e escuros blusões
azuis dragões da noite motorizada
estacionam nas bombas de gasolina onde
o tédio e a manhã chegaram mais cedo
no olhar triste dum puto sem idade
bebem incendeiam prosseguem depois
num alarido de corvos pelo túnel do dia
somem-se velozes deixando para trás
destroços de fogo e de cromados perdem-se
na primeira cidade que encontram afiam
os nervos com o sexo contra um flipper
e
ao sórdido conforto da casa dos pais
sabem que não regressarão nunca mais
- Al Berto
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