quarta-feira, abril 25, 2018


O manufacturas é o rei dos gazeteiros. Gaiato, mandou-se a uma ganza como o Obélix ao caldeirão - outro bafo não foi preciso. A estirpe era do mais puro, fala-se de um pentelho do Marley misturado com o tabaco a servir de catalisador, fez-lhe uma trança nas veias do juízo que o deixou ali, ar doce e descabelado, arrotando bolas de sabão, balões de diálogo para uns cartoons de carne e osso virem adaptar os dias a tirinhas bd. Em vez da tentação de ir às fuças aos romanos, ficou-se a curtir a Pax Romana destes tempos miseráveis. Saudoso dos dias descomplicados, este herói do papier-mâché copiou a planta do jardim-escola, adaptou-o a oficina, e lá anda a bulir de macacão ou flanela numa de mecânico a trocar peças, afinar egos, ver o óleo do anarco-fetichismo, mangas arregaçadas até ao sorrisinho. De tarde, junta pupilos e tarecos, sentam-se no telhado e regozijam: isto é que é vida. A verdadeira? Essa mesma. Ideólogo da tipografia dos mártires, este argonauta da sedentária lenda olisiponense graduou-se, qual senhor das moscas, e faz e desfaz reputações no lânguido bairro: tu és cavaleiro da ordem dos mestres do papelão; tu não passas de um enchido de literato! Assim vamos, entre dinastias erigidas da noite para o dia, country clubs só para reputados badamecos com mania de terroristas culturais, a dar no crochet das citações, frases-bomba-tiro-liro-liro, e lá vai a galé, com os remos a dar a dar, e, saltando de charco em charco, ainda vão meter os da Orpheu num saco. Já estava na hora de meter a literatura no chinelo. Acabou-se o "Make it New". Chegou a hora do "Make it a Poster".

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