O sujeito poético
desempenha actividade sem residência fixa —
disseminada por vasto escritório-labirinto
de basaltos e moleanos levados à morada
por pancadas secas de plásticas artes-de-chão,
cadenciados pensamentos de carril oculto,
submerso pela magia negra do macadame
até que um tropeção mais violento
ou a passagem sempre reveladora das águas
o traga de novo à sua — agora inútil — liça
e então, em lugar do ameaçador
tic tac tic tac
ouve-se apenas um arqueológico, fantasmal
tic tic tic tic
a planar
a imaginar países obsoletos a quem solicitar asilo
e agarrando com-mão-que-esteja-livre
o caracter tipográfico, salvação pela poesia
mester da contemplação
- Luís Pedroso
(inédito)
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