Morte pássaro príncipe, um pássaro é um anjo imaturo.
E assim, falarei das tuas mãos que se distanciam e das mãos
do que de tão belo arde,
pequeno deus com nariz de fauno, irmão meu, heróis
de alma recolhida,
garotas de ouro hipodérmico que não acreditam na morte,
que aguda a pupila e o recorte dos dedos acendendo a
morte enquanto um anjo as sobrevoa e rodeia
com o seu bico de prata e genebra,
lábios de meio-dia feito uma ave nas tuas mãos que
se afastam das minhas
e as mãos do pequeno fauno de ar grego e selvagem,
meu irmão,
e as mãos sem veias dos heróis, das madonnas
amnésicas.
Minhas asas de dor com garrafas agonizantes e líquidos que
dissolvem a vida,
e os lábios que em mim te amam de um jeito convulsivo,
e a música em trompas delgadíssimas, trompetas elevadas,
elevadas, colunas da infância, que
sobrepesam o dó,
o olhar mais alto e a mais alta queixa,
morte pássaro príncipe voando,
um pássaro é um anjo imaturo.
- Blanca Andreu
in De una niña de provincias que se vino a vivir en un Chagall
quinta-feira, outubro 17, 2013
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