Entre o excesso e a carência

Hoje tudo é complexo, talvez porque há demasiada gente e demasiado tempo para as coisas simples... As pessoas estão cheias de complexidades em que se acham, mesmo as mais ordinárias e vulgares. Todas as pessoas estão cheias de complexos.

Entre umas e outras (pela diferença que não se distingue) há dois complexos mais populares - o da superioridade e o da inferioridade.
Na verdade havendo mesmo algum complexo será apenas o da inferioridade mas como somos gente de um mundo de vaidade e egos ninguém quer admitir que muito provavelmente convive (ou conhece) com pessoas mais desenvolvidas e inteligentes, por isso muito gente finge que a razão porque não tem todo o respeito e a valorização que merece (ou deseja) por se achar especial está numa inadequação e incompreensão (sentimentos inventados na consciência de cada um). Só o próprio se compreende e ao mesmo tempo compreende também os outros, que não o compreendem e por isso ele é superior em compreensão e inteligência.
Ora aqui está um mecanismo que permite a muita gente passar pela vida sem nunca se olhar calmamente ao espelho.
Um complexo de inferioridade é o que observamos nos outros e um complexo de superioridade é o que cada um está disposto a assumir em si mesmo. A máxima será portanto - antes o excesso que a carência, antes uma vida só de mentiras que uma vida só de verdades.