rompe e rasga, põe aí o recorte
e o acidente natural, tudo foge,
se esquiva a si mesmo, tudo quer
lançar-se sobre outra coisa,
a fantasia das coisas é o diverso,
a sombra misturada, a vertigem
sexual, cada quarto íntimo é
uma tremenda confusão, ficam
impregnados os sinais de uma
metamorfose incompleta, dolorosa
mesmo a consciência é apenas
a passagem, e cada um nasce já
com a sua lâmina, o tempo fere-se
entre nós, e é depois de um corpo,
da necessidade absoluta, quando
desse gosto de que antes não
sabias como te saciar, é então
que deixas esse gesto a meio e
sentes o eterno cansaço de certos
meses, puxas os lençóis sobre
a cabeça, porque no fim nada nos
satisfaz, a poesia é a interrupção
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