domingo, junho 28, 2020
Que outro nome, outra forma, que assuntos,
que é do gole de água que te deixei na boca?
As noites, vê bem, como se reviram,
afina-mas um tremor, como se buscasse
a veia mais secreta. Persegui pirilampos,
migalhas colhidas numa vida antiga,
e com uma delícia extrema
ponho-te estas coisas quietas,
à beira da morte, escritas,
como dádivas. O gato sabe como é.
Já o monstro não imagina o que faz
nem muito menos o que ama ou quer.
Ainda tenho as larvas no fruto.
Ainda me sabem os lábios a outra coisa.
Deita de um jarro a sede ao comprido,
enche-nos do corpo os poços,
cada sulco sob as estrelas, o umbigo.
Enche pela casa um a um, os copos,
uma música que mal respire,
até que se inunde a vida inteira
e nada mais volte à superfície.
Putana errante, chamavam-te.
Eras mais doce do que aguentávamos.
Alguns traziam-te como a foto dobrada
que se roubou ao amigo. Estavas quase nua.
Era um modo seguro esse, pelas tardes,
de se perder. Um suceder de notas,
pisando ameixoeiras e destroços,
impressões vivas, a cansar-se muito
ao percorrer a noite, vigiando o sonho.
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