quinta-feira, dezembro 15, 2016


O fogo, a corda, a bala e o machado
faziam-nos alusões e seguiam-nos,
em cada gota dormia o dilúvio,
de cada pedrita surgiam montanhas
e em cada ramo esmagado pelos pés
murmuravam bosques de mãos negras.
A mentira comia e bebia à nossa mesa,
os sinos dobravam por força do hábito,
as moedas perderam o peso e o som
e as crianças não temiam os mortos...
Então pela primeira vez aprendemos
as belas palavras, as amargas, as cruéis.

1921

- Nikolai Tijonov 
(versão a partir de tradução de Natalia Litvinova)

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