Filhos do meu silêncio amante,
Teus passos santos e pausados,
Para o meu leito vigilante
Caminham mudos e gelados.
Que bons que são, vulto divino,
Puro ser, teus passos contidos!
Deuses!... os bens do meu destino
Me vêm sobre esses pés despidos.
Se trazes, nos lábios risonhos,
Para saciar o seu desejo,
Ao habitante dos meus sonhos
O alimento feliz de um beijo,
Retarda essa atitude terna,
Ser e não ser, dom com que faço
Da vida a tua espera eterna,
E do coração o teu passo.
- Paul Valéry
(tradução de Guilherme de Almeida)
retirado daqui
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