O meu peito é um tecto
Quando os olhos se me fecham
pouso as mãos ao acaso do meu túmulo
Mapa dos meus sentidos
Do amor tenho tudo
a dor e o ódio
Há um sossêgo em saber-me
com uma morte guardada no bolso
Do passado fica-me um golpe
que não é mortal mas derrama
todo o seu sangue nos forros da roupa
Estou apertado
Estou apertado e suspenso
O meu peito é um tecto
- Fernando Lemos
in Cá & Lá, Imprensa Nacional
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