sexta-feira, setembro 20, 2013


O meu soneto entre outras coisas serve
P'ra despistar tremor essencial,
P'ra dactilocantar proporcional
No metro o que é saúde, nervo, verve.
As musas chamo às vezes só p'ra ver
Se as vejo bem; se elipse, paramnésia
A cuido já, e estilo obsessão,
Meu canto de mim mesmo ensurdeceder.
É certo que os batuques dos meus dedos
São horas mais e esperam. São da amnésia,
Da folha já crestada e africana
E tu não me vires, ao mantra que te engana...
      O meu soneto enche-me de medos;
      Uns aproveito-os bem, os outros não.

- Daniel Jonas
in Sonótono, Cotovia

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