quarta-feira, agosto 21, 2013


Se eu soubesse que me aguentaria orgulhosamente
Na prisão e frente aos juízes,
Que caminho ardente traçaria e suportaria até ao fim,
Resistindo apenas com as minhas mãos nuas.

Se eu me soubesse capaz de pontapear a tábua
Sob os meus pés e passar a corda em volta da minha própria garganta,
Mereceria a minha alma a vida eterna
E o meu carrasco choraria depois de mim.

Mas temo que começasse logo a suplicar,
A soluçar, a cair de joelhos, a trair tudo e mais alguma coisa.
Só para salvar a minha pobre pele,
Haveria de cuspir em tudo e de concordar com o que quisessem.

- Matija Beckovic
(tradução de L.P.)

Sem comentários: