sábado, agosto 24, 2013

Olvido lleno de memoria


A mulher que desponta no meu horizonte, disse-me: "quero torná-lo feliz; que volte a ler, a escrever."
Começo a ouvi-la. Distraído, como sempre.
Ao reconhecer que a sorte nos contemplou com alguma perfeição, devemos apagar-nos um pouco, para não humilharmos os outros.
"O que estás a dizer é muito grave, Alba?"
"É. Estabelece o limite entre nós e as pessoas vulgares."
"Temos que escorrer o nosso orgulho, mesmo que legítimo?"
"Escorrer, dizes bem. É uma espécie de lodo em que nos afundamos, dentro de nós."
"Leste isso em S. Francisco de Assis, Alba?"
"Não. Mas releio-o, muitas vezes. (E oiço-o quando algumas pessoas me falam.) O amor é não esquecer."

- Sebastião Alba
in Albas, Quasi

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