domingo, julho 21, 2013


Vim, de facto, para falar do Poeta e da Poesia, duas coisas esquecidas pelos Políticos ao elaborarem os quadros do trabalho remunerado ou remunerador, duas coisas sempre fora do tempo e dos interesses de quem esquece: – Eles são os complicadores perpétuos dos Sistemas e da exaltação do Trabalho. É que o POETA não ama o trabalho, ele não dignifica, e sabe-se afastado incondicionalmente, e cada vez mais, da sociedade dita moderna e civilizada.
A tentar remediar o que não tem remédio, vejo andrajosos, alguns filósofos, pseudo-filósofos, políticos-mascarados, etc., a falar de Poesia, ou sobre ela a dizerem asneiras – a falar de Utilidade e de Inutilidade, de Objectivo e de Subjectivo, de Mais Intelectual e Mais Emotivo. Agrupados como estão e integrados dentro de certas correntes partidárias dum estilo único de vida, não sabem que o Útil e o Inútil estão sempre em referência à porcaria e à nossa vida privada, porquanto ela é boa para o Lavrador e não serve ao Escriturário; que o Objectivo e o Subjectivo são uma e a mesma coisa visto serem os nossos próprios olhos a verem e doutra maneira não existirem as coisas; e que não há o Mais Intelectual e o Mais Emotivo porquanto todo o sensível é inteligível, todo o inteligível é sensível e todo o «sensível-inteligível» «inteligível-sensível». A separação do Objecto e da Emoção é falsa e apenas serve para defender interesses estranhos (que é sempre, pelo menos, um Sistema Obrigatório!...). Todo o Objecto é Emocional – toda a Emoção é Objectiva.

- António Maria Lisboa

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