eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora
de dentro do meu centro
este poema me olha
*
das coisas
que eu fiz a metro
todos saberão
quantos quilômetros
são
aquelas
em centímetros
sentimentos mínimos
ímpetos infinitos
não?
*
Quem nasce com coração?
Coração tem que ser feito.
Já tenho uma porção
Me infernando o peito.
Com isso ninguém nasça.
Coração é coisa rara,
Coisa que a gente acha
E é melhor encher a cara.
*
o soneto a crônica o acróstico
o medo do esquecimento
o vício de achar tudo ótimo
e esses dias
longos dias feito anos
sim pratico todos
os gêneros provincianos
- Paulo Leminski
in Toda Poesia, Companhia das Letras
quarta-feira, abril 10, 2013
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poesia de fora
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