Vivo numa terra
onde nós meninas mais pequenas brincamos às bonecas
com a sombra do nosso irmão morto,
o seu coração de ditadura
abraça-nos na cama como um ursinho de peluche estragado,
os seus olhos poeirentos
são berlindes deformados
que se escapam das mãos
e rolam por ruas contaminadas deste regime fantasma.
Vivo numa terra demasiado distante.
Ninguém virá oferecer-me brinquedos novos.
- Luna Miguel
(tradução de Nuno Dempster)
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