Eu não conheço Constantinopla.
Nem Roma. Nem a Praça da Constituição.
Em Atenas, nunca estive. Senão em pensamento.
De manifestações (ao ar livre. E livres!)
participei uma única vez, uma única.
No meu País – país de merda... –
também estão proibidas.
A língua... sim, a nossa língua: eis a única medalha
para os poetas. Aqui, neste ponto do Mundo.
Neste ponto do Mundo: obscuro e em silêncio.
Imagino, porém...
Só imagino...
[...]
E é, enfim, nesse silêncio imóvel
e preclaramente percorrido
pela humilde consciência do homem maltratado:
– Que eu ouço que te moves.
Que te moves connosco, aqui a nosso lado,
em Atenas e em Lisboa.
Neste ponto do Mundo: obscuro e em silêncio.
Imagino, porém...
Só imagino...
[...]
E é, enfim, nesse silêncio imóvel
e preclaramente percorrido
pela humilde consciência do homem maltratado:
– Que eu ouço que te moves.
Que te moves connosco, aqui a nosso lado,
em Atenas e em Lisboa.
12 de Abril de 1969
- Raul de Carvalho
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