de fogo, e paraísos inabitados,
das cadeias de planetas, céus lisos,
montanhas que se erguem como altares.
Sei que o mundo, a Terra que piso,
tem vida, a mesma que me fez.
Mas sei que se nasces morres,
e nasce-se, para quê? por quem quem o quis?
Ninguém quis nascer. Nem há quem queira
morrer. Para quê matar o que preferia
viver? Para quê nascer o que se ignora?
O homem está só. O mundo gira, imenso.
Na virgindade do seu gonzo, suspira
aquilo que, vivo e mortal, o homem chora.
- Blas de Otero
in Ancia, Visor
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