O ritmo dos passos e o riso
O instante. Um estranho de mim mesmo.
De ombro na ombreira arrastando o tempo
O emprego, uns namoros, gramar reuniões
Conversas com os amigos, a olhar. De ombro na ombreira.
O mundo lá fora encasulou-se. Os desfiladeiros das ruas
Apertam-se e o verão a abrir em sonhos
Lá fora o belo mundo encasulou-se e tece desvarios.
Ninguém discute. O vinho de azedas golo a golo.
As notícias de fora no bolso do casaco. Os inimigos pessoais
Vão morrendo. E eu tão manso. Não discuto.
Não gosto muito de viver assim. Mas a política
Não me deixa morrer. Precisa-se ainda
Dos insubstituíveis. E assim vou vivendo.
- Robert Schindel
(tradução de João Barrento)
in Telhados de Vidro, n.º11, Averno
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