mas o problema é que não somos sempre os mesmos.
Muitos morreram já, outros mudam de sexo,
mudam de barba de cara língua ou idade.
Há anos preparamos (há séculos) os papéis,
a tirada de fundo ou apenas
‘senhor, a mesa está posta’ e nada mais.
Há milénios esperamos que alguém
nos aclame no proscénio com aplausos
ou mesmo com algum assobio, não importa,
desde que nos reconforte um nous sommes là.
Infelizmente não pensamos em francês e assim
ficamos sempre no cá e nunca no lá.
- Eugenio Montale
(tradução de José Manuel de Vasconcelos)
in Poesia, Assírio & Alvim
Sem comentários:
Enviar um comentário