deixa espaço para um roupão de banho e biscoitos de gengibre,
quilometragem suficiente para surtidas a desoras por vielas enviesadas
num chaço coreano exactamente da cor do nevoeiro,
sem telefone e a milhas de uma porta onde bater
enquanto te perguntas que mais te restava
primeiro um quarto, depois escadas e, finalmente, por cima, a luz do alpendre.
Deixa espaço para cigarros a fumar de enfiada madrugada fora,
enquanto guias com os joelhos e enrolas mortalhas
meio a imaginar poemas com olhos reflexos e ouvidos rígidos
endurecidos pelos teus faróis que iluminam o espaço entre as árvores.
A maior parte do tamanho de coelhos em oração nas orlas,
mas há sempre um grande o suficiente para te ignorar,
atento a tendões e ossos, magro como um quadro de bicicleta,
a um salto de distância da estrada, que está molhada da chuva,
e tu perguntas-te se travarias a tempo ou perderias o controlo.
- Tom Warner
(tradução de Hugo Pinto Santos)
in ink-sweat-and-tears Norfolk Prize 2010
Sem comentários:
Enviar um comentário