As garras dos insectos dentro da cabeça
Não há nada a decifrar
Há três meses que abandonei os teus olhos
Maldita seja a constante incerteza do litoral
E a tua sombria manhã de traição
Os galos cantam no penhasco
E o aveludado som da ondulação
E a pálida serenidade dos teus olhos
Fazem com que a dor ressoe num lado da minha cabeça
Não há nada a decifrar
As cigarras ensaiam pequenos e límpidos sons
Não importa que a praia se estenda para o Sul
Em regiões de furiosas vozes não muito longe da terra
O teu ousado sorriso irrompe em chamas
Magoadas cinzas e néctar do vento
- Paul Bowles
(tradução de José Agostinho Baptista)
in Poemas, Assírio & Alvim
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