terça-feira, março 27, 2012

A selvagem esperança

Éramos deuses e fizeram-nos escravos.
Éramos filhos do Sol e consolaram-nos com medalhas de lata.
Éramos poetas e puseram-nos a recitar uma esmolinha por amor de Deus.
Éramos felizes e civilizaram-nos.
Quem refrescará a memória da tribo.
Quem fará reviver os nossos deuses.
Que a selvagem esperança seja sempre tua,
querida alma indomável.

- Gonzalo Arango
(tradução de Nuno Júdice)
in Um país que sonha (cem anos de poesia colombiana), Assírio & Alvim

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