De há um tempo para cá
De há uns anos para cá
o processo da morte da poesia
tem acelerado.
avisei
que os novos poemas
publicados nos semanários
começam a decompor-se
ao fim de duas ou três horas
os poetas mortos
vão-se rapidamente
os vivos
cospem
com pressa
livros novos
como se quisessem tapar com papel
um buraco.
A morte
A parede a janela
para lá da porta
a voz de um menino
para lá da janela a rua
um eléctrico
entra o rei Herodes
o diabo a morte
entrego ao rei uma moeda
e expulso toda a companhia
do outro lado da porta
a morte é
verdadeira
olha em volta
e ameaça-me com um dedo.
traduções de David Teles Pereira e Constance Nowakówna
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