sexta-feira, novembro 18, 2011

De estranho/modo

Falei muito de
estranheza
e devo agora, ai de mim,
praticá-la.

Os teus poemas já não são
mensagens para mim
e os meus tornaram-se
um epitáfio

a uma tarde de fim de Novembro
quando os últimos raios tocavam
as folhas, os bronzes, a velha arca de teca,
e esqueci-me por instantes
do que um velho pintor meu amigo me ensinou:

As formas sem dor, disse ele, são fúteis.

Que assim seja. Embora eu o preferisse
de outro modo.

- Eunice de Souza
(tradução de Ana Luísa Amaral)
in Poemas Escolhidos, Cotovia

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