domingo, agosto 07, 2011

Moinhos

Ponho a palavra em plena boca
e digo: Companheiros. É belo
ouvir as sílabas que vos nomeiam,
hoje que estou (di-lo em voz bem baixa) sozinho.

...É belo ouvir a ronda
das letras, em torno
da palavra que abraça: C-o-m-p-a-
n-h-e-i-r-o-s. É como um sol sonoro.

O Douro. Os moinhos de Zamora.
A rubra luminosidade do céu.
Companheiros. Escrevo de memória
o que tive perante os olhos.

- Blas de Otero
in Pido la paz e la palabra, Lumen

1 comentário:

Reboliço disse...

Ora, para onde é que este vai, para onde? ;)
Obrigada, Diogo, por mo dares a conhecer.
Ana