domingo, agosto 07, 2011

Falando uma linguagem obscura...

Falando uma linguagem obscura
boca pedra o sexo aberto
Não toques nunca a seda
das tímidas trevas

Quem entenderá a voz velada
que depois de uivar se cala?
E já neste silêncio inodoro
morre um sino fresco

Sobre um poema cai a neve
Nenhuma impressão se insinua
Homem agasalhado pela noite
cheia de vento a página

- Carlos Edmundo de Ory

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