quinta-feira, agosto 18, 2011

Carlos Edmundo de Ory, Aerolitos


Se te agrada ser chamado poeta desde jovem, trata de viver pouco. Toda a longa vida com um pequeno mote é ridícula.

As rosas são radiografias de esqueletos de anjo.

É uma vergonha que vivamos todos os dias.

Se a morte surgisse como uma bicicleta sem ninguém!

Alimentares-te da carne de pássaros raríssimos.

Que me enterrem vestido de palhaço.

Desconhece-te a ti mesmo.

Levar sempre um circo ambulante na alma.

Ofereço a minha carne às tatuagens do quotidiano.

Só o estranho me é familiar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei... Obrigada pela partilha! Abraço