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A calúnia eleva-se de modo indelével. Até quando?Os abutres enlameiam os solitários com a sua própria ignomínia. Até quando?
A fronteira da vida privada e pública «napalmizada». Até quando?
Os violadores do indispensável segredo das nossas vidas satisfazem-se nas latrinas da história. Até quando?
Os matizes em torno do autor e sua obra nas mãos severas de exterminadores. Até quando?
As vítimas escarradas e pregadas ao pelourinho. Até quando?
Expressamos a nossa amizade e a nossa viva admiração por Milan Kundera, Outubro de 2008, em Paris.
- Fernando Arrabal
(tradução de Miguel de Carvalho)
in Telhados de Vidro nº15, Averno
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