Oblíquo, caído por terra, detido por pedras que falam
Com elegantes espirais, um erudito seco até aos ossos,
Espero o raiar do dia na minha caveira.
O deus do sol e o rio morreram na minha cama
Para viverem como contas ou corais debaixo da terra.
Ficou uma abertura no dólmen, para alimentar os mortos,
O vento de um raio de esperança bate naquilo que renasce.
Ao cimo de um caminho escuro, com uma luz ao longe,
Um lastro de sol busca o meu retiro hermético.
Enquanto a poeira do pólen inflama a pedra amontoada
O túmulo que eu fiz acende em si um caminho.
Uma vez por ano, pode tocar-me, limpa oferenda,
Produzir luz, erguer um escombro de rocha.
- Richard Murphy
(tradução de Hugo Pinto Santos)
in The Price of Stone, Faber and Faber (1985)
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