Um destes dias também quis saber disso do amor. Escolhi uma mulher, dessas que por aí se ajeitam mais à mão, ou ao pé. Cheguei-me, fiquei junto dela e esperei que lhe crescesse um coração. Como não crescia e eu tinha pressa, inventei-lhe um. Ofereci-lho. Ela, com olhinhos a fazerem-se grandes, tomou-o como a um estranho fruto, e meio sem saber o que lhe fazer, fez como os bichos: desfê-lo, devorou-o. Não lhe caiu bem, no peito que é o lugar onde devia. Deu-lhe uma dor de barriga, inchou e foi-se às suas necessidades. Voltou depois mal digerida, disse-me que, nestas coisas, seria melhor ficarmo-nos pelas flores. Dão a vida por um suspiro de beleza, enfeitam-nos por um instante e morrem no instante seguinte para não se afeiçoarem a nós.
terça-feira, junho 28, 2011
Just a slogan
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