Ouço-lhes os passos, o toque das correias de bicicletas,
Repentinos estouros de motas, vagido de carrinhas.
Por alguma razão, estou deitado, ou as cortinas estão corridas.
Esta invisibilidade masculina faz deles deuses,
Um panteão de botas e jardineiras.
Mas quando, ainda cedo, os vemos de volta a casa do trabalho,
Ou de folga ao domingo, estão demasiado cansados
E aborrecidos para muito contemplarem o conforto.
Magoa ver-lhes as expressões, demasiado tristes, demasiado joviais.
Estugam o passo quando lhes cheira a cozinhados,
Seguram nos filhos e cantam-lhes.
- Douglas Dunn
(tradução de Hugo Pinto Santos)
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