Que não é nossa, sentados à mesa,
Gozamos uns minutos de silêncio arrendado,
Os de lá de cima já se foram. Os pombos embalam
Os miúdos e os inválidos,
A árvore sacode as suas sobras para cima da relva,
As rosas vagueiam nos brejos do meu desleixo.
As nossas vidas esvoaçam, sem esperarem mais
Felicidade do que isto. Nada de especial como amor,
Mas é o que somos, o que este fim de tarde é,
Despovoado, sem palavras, é aqui que estamos vivos,
Num amor doméstico, aparentemente a sós,
Todas essas vidas se resumem a árvores, à luz do sol,
À espera de uma visita do gato.
- Douglas Dunn
(tradução de Hugo Pinto Santos)
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