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Hoje contemplei Sujata a beber chá em frente do jardimde Pangim com gestos de pomba escura até à alva
e a ossatura de platina fluorescente, a cabeleira
fulminada numa pose que o vento ventilava fulva
Sujata sorriu como de costume no romance por escrever
que eu jamais escreverei (a acção não se desenrola)
e o poema nu também não há: havia, há, haverá uma veia
aberta de onde emergem as linhas de uma epopeia em transe
Nessa polpa amarga me situo e o sumo do fruto escorre
aos cantos do luto, não dos lábios, aos cantos do palácio
andorinha fugitiva que ri com a boca toda numa rosa
Voltavam as asas, voltavam, as inúmeras espécies de voo
estudadas inculcavam o cubo: voltavam as aves, voltavam
com romãs no bico e cada uma com um verso, todas as manhãs
Naga Masjid/Curti
Monção de 1982- António Barahona
in Livros da Índia, Imprensa Nacional
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