em cada senda de atormentadas almas,
em cada falésia onde contive o suicídio e as
lágrimas,
eu sei que em cada recanto, em cada ferida
aberta e luminosa,
há um labirinto sem fim,
um jogo de nocturnas deambulações, uma
embriaguez ao acaso de tudo o que nasce e
nascendo
começa a perder-se, devastando as páginas
com os seus insectos negros,
as suas letras que se unem sempre aquém do
pensamento,
tal como outrora se uniam os amantes em seu
jardim.
- José Agostinho Baptista
in Agora e na hora da nossa morte, Assírio & Alvim
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